" entre páginas e palavras, mergulhei em meio a imensidão de um mundo surrealista. Abandonei minha mente no tom alvo daquelas páginas. Esqueci de um mundo que não merecia lugar entre minhas recordações. Beberiquei minha xícara de café, saboreando-o como nunca havia feito outrora. Era como o sabor do livro, era o sabor do cappuccino, era o paladar que salpicava minha mente delirante e desequilibrada, fixada na companhia solitária que só uma leitura proporciona."

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Loyan Stuart. Narrativa - Fragmento..
parte 2.


A lua já declinava quando ela retornou para sua mansão; dirigiu-se ao escritório imediatamente, onde encontrou Thomas a ler degustando uma taça de vinho.
- Já estava ficando preocupado contigo. Está quase amanhecendo..
- Na verdade, ainda temos um pouco mais de 1h antes que o sol de erga.
Respondeu-o enquanto despia-se de seu sobretudo negro, pendurando-o num cabideiro logo a entrada do escritório, e foi sentar-se no braço da poltrona onde Thomas estava.
- Bem, isso é... - Ele não se manifestou e continuou a folhear o livro em suas mãos, um velho clássico renascentista europeu.

A jovem mantivera-se em silêncio, repensando as ultimas informações que havia conseguido. Seu braço esquerdo estava passado atras do rapaz e ela brincava distraidamente com as unhas acariciando a pele dele do outro lado, próximo a nuca. Por fim, manifestou-se.
- Eles estão chegando. Paul julga o momento propício para uma investida...
- O que ele quer exatamente?
- Ele quer a mim...
Thomas notou um quê de preocupação na voz de Loyan, o que fê-lo fechar o livro, pousando-o sobre a mesa de pinho ao seu lado e tomá-la pela cintura, fazendo-a sentar-se em seu colo. Segurou o rosto da garota com uma das mãos, fazendo-a olhar para ele; seus olhos encontraram o dela de modo fraternal.
- Ficará tudo bem... Já quase mataste-o uma vez, a sorte não há de sorri-lo novamente...
- Mas ele é..
- Eu sei – Interrompeu-a ele. - Todavia, tu sabes que não há outra maneira..
Ela baixou o rosto até próximo do dele, sua testa tocou a dele e seus olhos cerraram-se. Ela pensou em falar, porem ele prosseguiu.
- … E, em todo caso, estarei lá, contigo.
- Obrigada.
- Não há de quê..rs.
Permitiu-se mais alguns segundos daquela forma, antes de afastar o rosto e apoiá-lo no ombro do rapaz.
- Thomas..?
- Sim ?
- Situações extremas requerem medidas extremas, correto?
- Generalizando, sim. Por que, minha pequena?
Loyan não respondeu-o. Depositou um pequeno beijo na testa do rapaz e levantou-se anunciando:

- Vou viajar. Arrume minhas coisas; partirei amanhã ao anoitecer.

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